Gestantes com sífilis têm maior chance de parto prematuro, diz Fiocruz
Um estudo da Fiocruz Bahia concluiu que crianças nascidas de gestantes com sífilis apresentam maior prevalência de prematuridade, que chega a 14%. Nos casos daquelas nascidas de mulheres sem a infecção este índice cai para 10%.
Além disso, a doença sexualmente transmissível afeta a saúde dos bebês em outros aspectos, com aumento da prevalência de baixo peso ao nascer e de pouca estatura na idade gestacional.
O estudo conclui ainda que, quanto mais avançada estiver a infecção, maiores as chances de a criança apresentar alguma questão de desenvolvimento.
Noutro ponto, a análise dos grupos pelo número de consultas pré-natal mostrou que filhos de gestantes que compareceram a menos de seis atendimentos possuem maior probabilidade de apresentar problemas.
A recomendação oficial do Ministério da Saúde é de que a testagem para sífilis seja realizada durante o pré-natal, preferencialmente no primeiro trimestre da gravidez.
A pesquisadora Helena Matos, responsável pelo estudo, reforça a importância desse acompanhamento na gestação e do tratamento adequado para a doença.
“No nosso estudo nós identificamos que o pré-natal adequado, com pelo menos aí seis visitas durante o pré-natal, que é o recomendado pelo Ministério da Saúde, e o tratamento da sífilis durante a gestação, tinham um potencial de diminuir as chances de um desfecho negativo”.
Além de alertar para a importância de tratamento do parceiro da mulher, a pesquisadora explica como devem ser os cuidados com a criança, caso seja diagnosticada também com sífilis.
“Geralmente a criança passa por uma triagem, é um teste rápido para a detecção da sífilis, e caso ela seja diagnosticada, também recebe o tratamento adequado, com a penicilina”.
Para as conclusões apresentadas, o estudo considerou dados de mais de 17 milhões de registros, obtidos no Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos.